“A gente ganha dinheiro na compra e não na venda”, explica Marco Túlio Leite, gerente de Marketing e Vendas da Alimenta. E é com essa base que vamos explicar aqui formas mais assertivas de precificar o hambúrguer na sua lanchonete.
Muitos donos de hamburgueria acreditam que o seu preço deve ser baseado no valor da concorrência ou no que o “mercado” está pedindo. Mas nem sempre essa perspectiva é a real. Aliás, para Marco Tulio, o correto não é preço justo e sim preço real.
Isso significa trabalhar sobre um valor intimamente atrelado aos custos, como em qualquer negócio. Sendo assim, é preciso ter em mente a movimentação de seu caixa, que corresponde ao preço fixo e variável. Mesmo porque o controle financeiro é responsável pela saúde da sua empresa.
Aliás, essa engrenagem do custo fixo e do variável é simples:
– O custo fixo independe de vender ou não. É aquele que mantém as portas abertas e corresponde à matéria-prima, aos insumos, aluguel, funcionários e contas fixas em geral. A partir dele, você saberá sua margem de lucratividade em cima das vendas.
– Já o custo variável pode, como o próprio nome diz, variar conforme o volume de vendas ou produção.
Segundo instrução do Sebrae, o domínio do controle e da gestão de custos é vital para o negócio. Utilizar-se de informações para saber sobre os custos é mais importante do que simplesmente registrar os valores gastos. Entendê-las no contexto do seu dia a dia é o termômetro para tomar decisões, enfrentando situações desfavoráveis ou tirando mais proveito das favoráveis.
Sazonalidade
Em datas sazonais, como na Copa, seu lanche pode sofrer reajuste de preço devido à escolha de ingredientes específicos ou da própria recepção e decoração do local.
Ações promocionais também entram nesse caso e podem aumentar consideravelmente seu custo variável.
Mas qualquer ação há de ser avaliada com estratégia. O preço do seu lanche não precisa necessariamente subir. Ele pode descer, sim, why not?
Você pode desenvolver uma campanha de marketing mais focada no aumento do volume de vendas, não no valor repassado ao consumidor. Tudo isso muito bem-articulado com fornecedores, logística e outros fatores que envolvam essa promoção.
Sendo assim, para uma precificação real, é necessário levar em conta: primeiro seu cenário financeiro, depois, ter um panorama apenas sobre a média de preços do seu mercado concorrente e, talvez, o fator mais importante, o valor agregado do seu hambúrguer.
Quanto vale o show?
Como dito anteriormente, o preço está intimamente ligado à qualidade de tudo o que está envolvido. Marco Tulio dá como exemplo o guardanapo e o azeite, que ficam em cima da mesa: “se esses itens são de excelente qualidade, para o público, será sinal de que ali há uma preocupação em servir bem”.
Sem contar com os ingredientes que compõem o seu lanche. Se o paladar identifica que são de primeira, ele realmente vale o quanto pede. É justo.
A qualidade envolve tudo. Atendimento, matéria-prima, limpeza, ambientação etc.
Quando na compra do seu produto ocorre a conexão do cliente com essa experiência sensorial, seu hambúrguer será mais valorizado, assim como a valiosa lembrança da sua marca.
Agregar valor é a sacada de mestre. Sua marca sai ganhando, seu negócio como um todo e, o mais importante, seu cliente também.