Alimenta

Você provavelmente já deve ter ouvido falar em umani. Essa palavra de origem japonesa significa “delicioso e apetitoso” e representa o quinto sabor, juntamente com os outros quatro gostos do paladar humano: amargo, doce, azedo e salgado. E por que estou falando disso? Para que você entenda melhor a harmonização das cervejas com hambúrgueres!

A alquimia

É unânime – cervejas combinam, e muito, com hambúrgueres. Essa afirmação pode parecer categórica demais, mas é um fato validado por especialistas.

“É uma bebida com muitos perfis diferentes, dependendo do estilo que foi produzida. Além de tudo isso, apresenta gás carbônico e amargor, dois agentes de limpeza do paladar importantes para alimentos mais gordurosos, como normalmente acontece com os hambúrgueres”, justifica Fabiana Arreguy, jornalista e somelier, responsável pelo Instagram Lúpulo a dois.

Vale destacar que essa regra vale geralmente para as bebidas artesanais, que têm um cuidado maior em manter os ingredientes mais vivos durante todo o processo de fabricação.

Por exemplo, essas iguarias de composição de trigo e pilsen são mais marcantes e têm o poder de exaltar cada ingrediente do hambúrguer. Ou seja, a carne não neutralizará nenhum outro ingrediente, nem o sabor da cerveja. Isso é harmonização na prática.

“Como exemplificação clássica, a carne branca tem o sabor mais delicado e, por isso, cai bem com uma cerveja mais suave para harmonizar o paladar”, comenta Marco Tulio Leite, gerente de Marketing e Vendas da Alimenta.

Nesse cenário, fica claro que o tipo de carne utilizada no hambúrguer está intimamente ligado à escolha da cerva ideal. Aqui elencamos três tipos de carnes: a bovina, a de frango e a de calabresa suína para entendermos suas diferenças.

“Na bovina, o cuidado é para que o sabor não seja anulado. A cerveja aqui precisa ser mais encorpada, como a preta. No caso do hambúrguer de frango ou calabresa suína, a bebida precisa ser mais suave para não anular as carnes”, resume Marco Tulio.

Para a somelier Fabiana, o tipo influencia, principalmente, no fator corte de gordura. “Há carnes mais magras e outras mais gordurosas. A escolha de cervejas mais amargas, de teor alcóolico mais alto, vai depender desse quesito. Após delimitar o fator corte na harmonização, aí podemos partir para os sabores em si, ressaltando os elementos que queremos ou amenizando outros que não sejam tão agradáveis”.

“Hambúrgueres feitos na brasa têm o sabor defumado, que pode ser potencializado com uma cerveja de maltes defumados. O mesmo acontece quando a carne é misturada a bacon ou calabresa defumada (usamos aí o princípio da semelhança)”, completa Fabiana.

Os de peças mais untuosas, com gordura dominante, têm nas IPAs (Cerveja India Pale Ale) a companhia perfeita, pois esse é um estilo em que os lúpulos sobressaem, trazendo refrescância ao paladar e limpando as papilas gustativas para a próxima mordida.

Os de frangos ou veggies, feitos com cogumelos, por exemplo, ficam bem-acompanhados dessa iguaria com maltes que tenham algum ponto de caramelização, portanto, um dulçor mais evidente.

Valor agregado

Sendo assim, além de proporcionar uma experiência singular aos seus clientes, dando a possibilidade de combinar a bebida paixão nacional ao lanche perfeito, levar esse elixir à lanchonete pode, além de aumentar o tíquete médio, gerar valor agregado ao seu estabelecimento, já que dá mais peso ao prato, personalidade e conteúdo à sua marca.

Pois bem, assim como o umani, é unânime – a gelada certa, acompanhada da carne correta, é, além de fomentadora de bons negócios, uma possibilidade de transmutação em novos e deliciosos sabores para paladares exigentes.

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